
Um aeroporto, uma ponte e uma linha de alta velocidade
O dia 14 de Maio de 2024 poderá ficar na história ao lado do 28 de Setembro de 2022 (lançamento da LAV Lisboa – Porto). O novo governo decidiu, de uma assentada, a localização e moldes do novo aeroporto, o desbloqueio do atravessamento do Tejo e avançar com metas mais ambiciosas para a ligação entre as capitais ibéricas.
Os prazos ainda estão algo difusos, os modelos de contratação e/ou financiamento ainda mais, mas já temos definições concretas das opções do Estado que, feitas neste timing, garantem ainda uma ausência real de oposição do país – ou por cansaço ou por já serem óbvios os défices infraestruturais, não existirá uma real oposição a nenhum destes investimentos.
- Aeroporto em Alcochete, a transitar rapidamente para aeroporto único e encerrando a Portela – ano 2034;
- Terceira Travessia do Tejo rodo-ferroviária entre Chelas e Barreiro – a finalizar os estudos e calendário concreto de realização não partilhado;
- Concretização da linha de alta velocidade Lisboa – Madrid, incluindo a já citada ponte, mas também um novo troço entre a ponte e Évora-Norte, para atingir um tempo de viagem entre as capitais de 3h em 2034.
Neste artigo, incido naturalmente sobre os impactos ferroviários destas decisões e deixo a discussão do aeroporto para quem a quiser fazer – se ainda existir algo a discutir.
A Terceira Travessia do Tejo
Não vou repetir todos os argumentos para a sua realização, relembrando que podem ser lidos aqui – Terceira Travessia do Tejo, já! – Transporte Ferroviário (portugalferroviario.net)
É a partir de agora fundamental escrutinar prazos. Desde Abril que a IP está a contratar a revisão dos projectos e interessará perceber quando é que tal estará feito, para poder avançar nova avaliação ambiental, que previsivelmente terá desfecho positivo – como já teve no passado.
Existe na decisão e na comunicação uma ou outra pista sobre como se poderá implementar esta ponte. É sabido que o anterior governo tentava encontrar uma forma de executar esta travessia ao menor custo possível, eventualmente retirando o tabuleiro rodoviário e possivelmente até limitando as vias ferroviárias (4, no projecto original), incidindo boa parte das dúvidas – e do tabu – no esforço orçamental necessário do Estado português.
Ora, o governo agora ao apontar para concretizar o projecto original – com tabuleiro rodoviário – e tendo Miguel Pinto Luz falado na televisão sobre a necessidade de trabalhar já para preparar o pós-Lusoponte (concessão das pontes sobre o Tejo em Lisboa termina em 2030), diria que a hipótese central com o que o governo está a trabalhar é o de lançar a concurso a concessão das pontes no mais curto prazo possível, válida a partir de 2030, e que incorpore a construção da nova ponte como responsabilidade. Foi a fórmula da ponte Vasco da Gama e incorporando tabuleiro rodoviário, fonte fundamental de receita, será facilmente operacionalizável. Talvez por terem um viés ideológico menos acentuado e falta de reservas à actuação do sector privado, o governo poderá estar a olhar para uma opção fácil de concretização desta ponte e que acarreta facilmente zero custos para o Estado – as portagens dos atravessamentos tratarão do business case.
Alguns pontos fundamentais a salvaguardar, no entanto:
- Dada a enorme complexidade do atravessamento, o dimensionamento da ponte deve apontar claramente a um futuro largo – o atravessamento ferroviário da 25 de Abril, por exemplo, saturou em menos de 10 anos – é certo que não havia alternativa pois segue o dimensionamento de 1966;
- Todo o tráfego para o Sul do país e Espanha passará por esta ponte, além de comboios de mercadorias e tráfego suburbano, a que se soma também parte do tráfego de alta velocidade Lisboa – Porto. Quatro vias, como no projecto original, são um mínimo indispensável – de preferência com velocidades de circulação bastante elevadas, dado que a longitude da ponte não se compadece com limites a rondar os 100 ou 120km/h, por exemplo;
- É fundamental que o modelo de contratação da ponte possa permitir uma gestão e manutenção do tabuleiro ferroviário diferenciadas do rodoviário, como acontece na ponte 25 de Abril – até para permitir um modelo de negócio em termos equiparáveis ao da restante rede ferroviária nacional. Ou seja, seguindo o modelo da 25 de Abril mas também da LAV Lisboa – Porto, a construção da ponte deve entregar o tabuleiro ferroviário à rede ferroviária nacional, e não ser uma exploração paralela, obviamente interligada fisicamente, mas fora do contrato-programa entre Estado e IP. A viabilidade ferroviária depende disto.
Fala-se nas obrigações de responder ao Mundial 2030 por via ferroviária, e sendo impossível toda a ligação a Madrid estar estabelecida em alta velocidade, é prioritário resolver a entrada em Lisboa – que é onde está o maior impacto negativo na competitividade do modo ferroviário. Não é impossível projectar, a partir de 2024, uma nova ponte que possa estar ao serviço em 2030. Mas é preciso andar (muito) depressa!
A LAV Lisboa – Madrid
Um ponto fundamental sobre a realização do que falta desta linha é como é que o aeroporto vai influenciar o desenho da rede ferroviária a Sul do Tejo, algo que abordo na próxima secção.
O que se pode aqui dizer é que o tempo de viagem de 3 horas apontado para 2034 não é impossível – do lado nacional implica a TTT, já mencionada, e um troço integralmente apto a 300 km/h entre esta e a fronteira de Badajoz.
Entre a ponte e Évora-Norte, onde se inicia a nova linha (de alta velocidade) Évora – Badajoz, quase finalizada, a facilidade de execução é similar à do troço fronteiriço – custos unitários de construção serão previsivelmente baixos (6-7M€/km) e sendo realizada exclusivamente para passageiros (porque ali existe via convencional paralela e excelente para outros tráfegos), poderá até ter implementação mais simplificada, ao exigir menos obras de arte – autorizará rampas de maior inclinação.
Fica por saber o que fazer ao troço final, onde a duplicação do que está agora em concretização será fundamental por duas ordens de razão:
- Permitir que pelo menos a segunda via a implementar seja autorizada a 300 km/h – o traçado em planta permite-o em quase toda a extensão, a via em colocação só irá permitir 250 km/h para compatibilizar circulação de mercadorias ao reduzir a escala nas curvas que melhoram a circulação dos comboios de mercadorias;
- Em via única o potencial de prejudicar a regularidade é grande, e obriga ainda à previsão de maiores buffers horários, que prejudicam os tempos de viagem.
O calendário de realização até 2034 parece fazível e na prática incorpora esta linha no PNI 2030, que se prevê estar a terminar pela mesma altura. O custo estimado estará entre os 750 e os 1.000M€, dependendo da maior ou menor dificuldade de sair da malha urbana à saída da TTT.
O aeroporto e a reformulação da rede ao Sul do Tejo
O Plano Ferroviário Nacional – que continua por apresentar ao parlamento para ser lei – já prevê que a linha de alta velocidade Lisboa – Porto entre em Lisboa via Alcochete, dado ser considerado inviável economicamente a realização da sua entrada pela margem Norte – um túnel de mais 20 km deveria ser realizado por baixo das zonas densamente povoadas desse corredor.
Tal não implica que Lisboa – Porto seja feito obrigatoriamente por Alcochete. Na prática, o itinerário original da Linha do Norte continuará disponível e as opções comerciais dos operadores poderão fazer a selecção conforme desejem. Podem até rodar serviços em círculo, se pretenderem. Não considero assim que a opção de Alcochete limite ou influencie a sorte do Lisboa – Porto, que já estava razoavelmente definida. Esta opção implica sim que o dimensionamento da nova ponte sobre o Tejo seja devidamente realizado, pois de nada serve acrescentar capacidade entre Barreiro e Carregado se depois a ponte não permitir servir tanto tráfego.
A grande dúvida que se coloca pela frente é de que forma se farão os acessos ferroviários a Madrid e a Faro, considerando que o aeroporto não estará muito mais a Norte do que o traçado originalmente considerado para a linha Lisboa – Madrid. Fará sentido que, além das ligações Lisboa – Porto, também as Lisboa – Madrid e Lisboa – Faro passem primeiro no aeroporto? A resposta não é fácil mas deve ser respondida nos estudos que o governo ontem encarregou à IP.
O problema está bem para lá do risco no mapa. A estação do aeroporto ficará a 20-30 quilómetros para Norte do traçado originalmente proposto para a LAV Lisboa – Madrid, o que significa uma correcção de baixo impacto – pode ser servida com um traçado totalmente novo e que aponte ao aeroporto logo desde a saída da TTT. Continuando para Évora na aproximação ao traçado original, provavelmente o tempo de viagem para Madrid ou para Faro será praticamente igual, com aproximação ao minuto, para comboios sem paragem no aeroporto.
O maior desafio está na própria estação / atravessamento do aeroporto. A ideia da linha Lisboa – Porto para ali passar pressupõe uma orientação Sul – Norte da linha neste ponto, que além da estação deve permitir vias sem cais para passagem de comboios sem paragem, a 300 km/h, o que pressupõe geometria compatível antes e depois do aeroporto. Mas para a linha de Madrid / Faro ali passar, os mesmos pressupostos existem – capacidade de circular, sem paragem, a 300 km/h, mas numa orientação Leste – Oeste. A complexidade de execução aumenta, assim, porque para a estação ser efectivamente funcional e abarcar os dois destinos, deve ser comum.
A solução construtiva pode passar por uma bifurcação bem antes do aeroporto, que divida o itinerário do Porto do de Madrid/Faro, e permita espaço suficiente para encaixar a geometria da via necessária a que ambos os corredores autorizem 300 km/h e se encontrem, a 90 graus e em alturas distintas, na estação do aeroporto. Esta pode ser a parte mais cara da ideia virtuosa que é tornar o aeroporto no hub ferroviário do Sul peninsular, com capacidade de atracção em Portugal inteiro e também em toda a área a Sul de Madrid, mas deve ser tida em consideração. A ideia original da linha para Madrid passar mais a Sul e deixar o aeroporto apenas num dos eixos ferroviários não é desastrosa, mas é claramente curta face a um óptimo relativamente fácil de encaixar actualmente.
Este não é o único impacto possível. Por exemplo, não é racional que o aeroporto fique ligado a Lisboa apenas através da alta velocidade, pois o caso de uso da mesma é bastante diferente do de ligar o aeroporto a Lisboa – é mais para ligar regiões distantes ao aeroporto. É preciso prever, provavelmente paralela à linha de alta velocidade para facilitar implementação, a linha convencional que sirva a comboios suburbanos (rápidos ou a parar em todas) que realize as ligações frequentes entre o aeroporto e Lisboa. Tanto pode ser a partir do Pinhal Novo, numa nova família de suburbanos Aeroporto – Pinhal Novo – Barreiro – Lisboa como, se a LAV Lisboa – Madrid for desviada e ganhar uma orientação distinta mais para Norte, pensar já numa ramificação convencional que sirva Montijo e Alcochete, que a prazo deverão ter uma nova linha suburbana que aproveite a ponte.


Além disto, há que pensar já na reformulação dos planos para o Alentejo. Com a decisão de construção da linha Lisboa – Madrid, é já óbvio que a melhor ligação de Beja a Lisboa será via Évora, para aí entrar na linha de alta velocidade. Isto aconselha a conduzir os esforços financeiros para uma nova linha Évora – Viana do Alentejo (e renovar a restante para Beja – exactamente isto Ligações ferroviárias a Beja – Transporte Ferroviário (portugalferroviario.net)), em vez de esgotar dinheiro e tempo a reabilitar toda a linha do Alentejo desde Casa Branca e a criar uma nova concordância nessa zona. Ao mesmo tempo, fica claro que o projecto do PNI 2030 para acelerar as ligações a Faro deve ser uma nova linha entre Castro Verde e Loulé, e não a recuperação do traçado histórico e problemático via Funcheira, pois o futuro da ligação a Faro passa também pela entrada na alta velocidade em Évora.

A clarificação da localização de Alcochete e a decisão de avançar com o Lisboa – Madrid alteram de forma sísmica o planeamento ferroviário a Sul do Tejo, quanto a mim abrindo melhores oportunidades e permitindo desde já evitar alguns investimentos que estarão condenados a serem menos eficazes, por troca e replaneamento desde já por planos de maior futuro como estes. A chave é reduzir ao máximo eixos não integrados com o aeroporto, que será um indutor de tráfego fundamental e que pode ter na rede ferroviária, se bem desenhada, um instrumento vital para se posicionar a uma escala ligeiramente maior que a nacional.
Linhas de alta velocidade para Madrid, para o Alentejo e quem sabe para o Algarve (para o Porto e para Vigo já tinham sido anunciadas). Centena de quilómetros de novas linhas e a bitola? Bitola europeia e circulação livre até à Europa ou bitola ibérica, que não vai mais longe do que Espanha? Qual é a bitola escolhida para este novos projetos?
Bitola ibérica, sem dúvida. Não há viabilidade comercial para serviços com término além de Madrid. Um comboio para Barcelona, Lyon ou Paris não consegue competir com o avião; e quem quiser muito fazer essa viagem de comboio, não se importará com um transbordo em Madrid.
Por outro lado, a bitola ibérica permite a interoperabilidade com a rede convencional. Guarda, Figueira da Foz e Elvas beneficiarão de serviços mais rápidos no imediato. Eventualmente, também Portalegre e Beja. Toda a rede beneficia de forma indireta.
Hasta ahora leía cada mes con interés la revista electrónica Trainspotter en Portugal Ferroviario, pero el último número que puedo leer en mi computador es el de enero de 2024, sin que hayan aparecido los números de febrero, marzo, abril y mayo de 2024.
¿Qué ha pasado?
Curioso.Quando o PSD governa, só falta anunciar uma LAV Paris-Corga do Lobão,para me levar diretamente a casa,(construa se uma estátua ao eng Sócrates) sempre estava uma década ou mais avançado…
Recentemente levei à Assembleia Municipal de Lisboa uma apresentação com uma proposta semelhante – a estação teria uma orientação oeste-leste, o troço NAL-TTT seria partilhado entre ambas as linhas (bem como a estação do NAL), e a bifurcação seria a leste da estação do NAL. Por uma questão de faseamento, previ uma ligação direta à Linha do Alentejo em Vendas Novas.
Seria a LAV Porto-Lisboa a ter o raio de curva mais apertado junto ao aeroporto, já que os serviços Porto-Lisboa sem paragem no NAL entrarão pela Linha do Norte.
A imagem: https://cdn.discordapp.com/attachments/1197943581369958400/1240643247878049802/Alta_Velocidade_NAL.png?ex=66474e90&is=6645fd10&hm=d0b5e14875c0e3795fecb4d348a5357f837e26fb0cd9c3e68680c116e0c931df&
Não sendo eu expert no tema, parece um texto muito bom, explicações excelentes de compreender coloca as dúvidas normais em projetos desta dimensão de forma clara, e as melhores soluções. Realmente, a escolha Alcochete define aspetos essenciais de toda a LAV portuguesa, ligação à Madrid ( facilitada ( e expansão para Sul-Algarve-Andaluzia-Bética ( nome original e mais correto.. daí o Betis de Sevilha).
Também me parece muito complicada em termos técnicos a TTT Rodo-Ferro com a capacidade exigível. Talvez Beato-Montijo fosse mais fácil, embora todas as grandes infraestruturas no Montijo coloquem problemas ambientais muito sérios.
Megalomania!
Quem usa o dinheiro dos outros, euro-esmolas, todo o mundo é seu!
Com o tempo já despendido em avanços e recuos receio que , mais uma vez irá aparecer um iluminado qualquer mais ou menos conhecido, a sugerir mais um problema qualquer , puramente para um “show” pessoal !
Boa tarde João, como seria a tua visão com estes novos dados relativamente ao artigo/proposta que escreveste sobre a futura Estação “Campolide – A estação de Longo Curso de Lisboa Ocidental”?
Partindo do pressuposto que Cintura está já Quadruplicada e ligada com a Linha de Cascais.
O Aeroporto de Lisboa em Alcochete com a TTT Lisboa – Barreiro, o próprio Aeroporto como Estação Hub “central e distribuidora” de toda a ferrovia do Sul. Assim como principal corredor da LAV Lisboa – Porto.
Como irias olhar para essa proposta de Campolide, para futuros serviços, qual a tua visão do que acontecerá com toda a Área metropolitana de Lisboa e a redundância de tais situações descritas com o resto da Rede convencional?
Sabendo que a linha do Norte será quadruplicada a Sul do Carregado, não me parece haver necessidade de construir a ligação Carregado – NAL nos próximos 30 anos. Qualquer serviço AV prefere servir primeiro Lisboa e depois o NAL, bastando haver ligação via TTT. Porto – Oriente – NAL será um trajeto de elevadíssima procura.
Assim sendo, a discussão é, para já, se é possível desviar Lisboa – Madrid para passar pelo NAL sem impacto significativo nos tempos de viagem, ou se é preferível fazer apenas um ramal convencional para o aeroporto e manter o traçado previsto nas AV. Acreditando na primeira opção, parece-me que a estação no NAL deveria ter orientação Este-Oeste de forma a encaixar o melhor possível no eixo Madrid. Os serviços Lisboa – Madrid raramente terão paragem no NAL. Já os hipotéticos serviços Lisboa – Porto a usar a ligação Oriente – NAL – Carregado pararão sempre no NAL, pois os serviços diretos preferem a maior rapidez via Linha do Norte. Logo, a ligação Norte-Sul ao aeroporto pode ter curvas mais apertadas.
Quantas das atuais viagens de avião Madrid-Lisboa/vice-versa?! não serão escala ? Por isso NAL-Madrid também me parece que vai ter de haver boas paragens no NAL se se quer acabar com os voos. Por isso um simples ramal a ligar NAL à LAV ou LA não é suficiente/eficiente Mas concordo que até Carregado-Oriente pela duplicada LN não estiver saturada o troço NAL-Carregado pode esperar (mas deveria ter ja canal reservado … para que no futuro nao ande de estudos em estudos…).
Por outro lado, a ligação do NAL para sul tem de ser pensada… ou se faz ligação por Poceirao (Vendas Novas?) ou vai tudo pelo sugerido, e bem, corredor Beja-Évora onde entroncaria com a LAV Lx-Mdrd?
Parece-me que para o equilíbrio da rede no futuro e aproveitando o troço norte renovado da LS(200/220 km/h – será sempre uma boa alternativa quando o novo corredor sul for feito…) fará sentido o ral ramal de Poceirão-NAL mais tarde ou mais cedo… o Litoral N Alentejano não tem de ir por Beja para chegar ao NAL?!
Não esquecer que a deriva da LAV Porto-LX para Sul, com entrada em LX pelo NAL e depois TTT (em simultâneo com a entrada em LX pela LN), significa uma poupança de alguns milhares de M de EUROS, tendo em conta a diferença da geografia entre os traçados da LAV, a Norte e a Sul do Tejo. No médio a longo prazo tem toda a lógica, precisamente pela facilidade das ligações do NAL para Sul, a ideia de fazer do NAL o centro nevrálgico da Rede Transportes em Portugal, é brilhante e absolutamente lógica em todos os sentidos, em especial porque não podemos esquecer, que é quase certo, que todas as ligações aéreas até 600km dentro da UE, irão ser proibidas entre 2030 e 2035.
Tudo muito bom, o problema é que levamos décadas a decidir algo, Recordo a decisão de fazer passar o comboio pela ponte 25 de Abril. Decisão tomada ai pelo ano de 1994, decisão que previa a futuro por mais de 100anos.
Enquanto na maior parte da Europa andam a reformar as linhas de alta velocidade existentes, aqui ainda andamos a estudar uma linha que para espanto a primeira começa em Évora ate Badajoz.
Lembro que o Alqueva levou quase 50 anos a ser estudado.
Agora é o aeroporto e demais infraestruturas que com o belo ordenamento do território, não queria estar na pele dos Engenheiros.
Em suma continuaremos muitas décadas atrasados na ferrovia,
Recordo que o Alfa pendular só num ponto atinge a velocidade máxima, ponto esse que se situa entre o poceirão e Grândola..