RTP exibiu documentário sobre o TGV-M da SNCF
28/08/2025Entretanto disponível na RTP Play, a RTP 2 exibiu no dia de ontem um documentário sobre o novo TGV-M da SNCF, o sucessor da linhagem de comboios de alta velocidade que percorrem França desde 1981. O documentário está essencialmente focado nos avanços de engenharia conseguidos pela Alstom na sua plataforma Avelia, o nome dado pelo fabricante ao novo comboio.
Para todos os fãs de engenharia ferroviária, este é um conteúdo altamente recomendado.


Foi interessantíssimo, por momentos sonhei que Portugal poderia ter esta capacidade infelizmente estamos a anos luz.
É este o tipo de indústria que faz sentido, com tecnologia de ponta, com ambição em termos ambientais e de mobilidade… Para Portugal este comboio até seria um “exagero”, pois a sua velocidade comercial (320 km/h) não poderia ser totalmente aproveitada… Só se recuperarem a ideia inicial da LAV Lisboa-Madrid (que gosto de chamar LAV do “Alentejo”) que apontava para velocidade máxima 350 km/h , em alguns troços pelo menos – até para compensar o troço que nunca mais é terminado que estará a 250 km/h apenas e eventualmente desvios que o NAL no CTA pode trazer!? ). Mas imagino que muitas das inovações que trará serão espalhadas por outros modelos… Duplex, o novo enxerto para “baterias” e muito mais, modularidade (pode chegar a qs 1500 passageiros quando se ocopularem 2 composições!?), menor manutenção e novo modelo de o fazer etc, etc, etc… Adaptados às necessidades…
A AV em Portugal não só mudará o paradigma de mobilidade/velocidade na ferrovia, como criará um “novo” setor associado, assim como terá reflexo nos restantes serviços ferroviários que conhecemos em Portugal… pois teremos de alimentar a AV…
Mas como sempre gostamos de complicar quando algum projeto parece bem pensado… Temos de nos deixar de “tretas”, os políticos têm de se concentrar na sua função e deixar os técnicos ferroviários levar o projeto com base no plano montado… Não pode haver imbróglios como nas estações, que começou logo mal com Leiria (com uma estação no meio de um pinhal”) e já se espalhou a coisas ridículas como as ideias mirabolantes de uma estação no meio do campo em Coimbra e tirar a estação no miolo urbano de Gaia…
Temos de incrementar pessoal técnico competente e a única função do Estado é dar garantias que na parte técnica são eles que decidem… (Sendo bem pagos segundo as suas responsabilidades, e que as podem assumir sem ter de chamar o ministro para tal ou o PM ou PR como parece ser hoje nosso quotidiano); os autarcas têm de ver o que é melhor para os seus cidadãos, mas com base no conhecimento técnico-cientifico e não na opinião pessoal ou da conversa de café…
Espero que em 2040 tenhamos a 1@ fase completa com as LAV Porto-Valença, Lisboa-Porto, Lisboa-Elvas e com outras linhas convencionais renovadas para Beja e até Funcheira preparando a futura LAV para Faro (com uma LAV que faça a perna do “Y” das renovadas linhas do Sul – que já está praticamente feita (servirá o litoral alentejano a partir de Grândola – Sines) e do Alentejo (servirá Beja e Évora no mesmo eixo), e ainda algo para Viseu com a nova linha das Beiras… Albergaria-Mangualde. Para depois se preparar outras fases, nova linha de Trás-os-Montes, Faro-Huelva… Isto a pensar nas linhas de longo curso…