CP assinou contrato para o fornecimento de novos comboios

CP assinou contrato para o fornecimento de novos comboios

18/10/2025 0 Por Joao Cunha

Ponto final numa saga com mais de dois anos – após resolução dos processos judiciais levantados por outros concorrentes, Alstom e CP assinaram por fim o contrato de fornecimento de 117 novos comboios, com opção por mais 36. A assinatura confirma a maior aquisição de comboios de sempre por parte da empresa pública, num total de 746 milhões de euros para a aquisição firme de 55 unidades para serviços regionais e 62 unidades para serviços suburbanos, a que se somarão outras 36 para serviços urbanos em opção que a CP foi já mandatada para accionar. Ao todo, cerca de 330 milhões serão financiados por fundos europeus e pelo fundo ambiental.

O consórcio ganhador inclui ainda a construtora portuguesa DST e prevê a construção de novas oficinas em Guifões, Matosinhos, onde será feita a montagem final das unidades contratadas.

No que toca às primeiras 117 unidades, as 55 unidades de serviço regional replicam o número de unidades UTE 2240 em serviço actualmente, já bastante antigas estruturalmente mas não é certo que as substituam por inteiro, dado o aumento da rede electrificada que se projecta. Das 62 unidades suburbanas, 34 destinar-se-ão à linha de Cascais, o que vai por fim possibilitar o fim da electrificação em corrente contínua e a estreia da corrente monofásica nesta linha, que a Infraestruturas de Portugal já prepara. Estas terão um desenho ligeiramente distinto para se inserirem no gabarito específico desta linha e 25 unidades serão bi-tensão, para permitir a transição de electrificação no período inicial.

As restantes 28 unidades serão divididas entre Lisboa (16) e o Porto (12), e somar-se-ão ainda 36 unidades em opção que o Governo já determinou que farão ascender a contratação total a 153 comboios. Este adicional é sobretudo justificado pelo crescimento contínuo da procura nas ligações suburbanas de Lisboa e Porto e a expansão prevista com a construção da Terceira Travessia do Tejo e a ligação ao novo aeroporto de Lisboa.

Quanto às novas oficinas, estas estarão localizadas no enfiamento das existentes e entre estas e a linha de Leixões, contando com cinco vias para intervenções.