Supressões acumulam-se no serviço da CP

A operacionalidade da CP parece estar em regressão e a companhia tem somado supressões de serviço a fazer lembrar os anos de 2017 e 2018. Desta vez, mais do que pontuais faltas de material, a principal justificação tem sido a falta de pessoal, em particular dos operadores de revisão e venda (revisores).

É precisamente essa que tem marcado as numerosas supressões na região Norte, onde em vários dias se têm atingido as duas dezenas de supressões nos serviços urbanos do Porto, somando-se ainda mais insistentes e regulares supressões na linha do Vouga, muitas vezes ultrapassando a dezena, uma fatia de leão da oferta normal da CP entre Aveiro e Sernada do Vouga, onde se têm concentrado.

Já a Sul, as supressões mais regulares continuam na linha do Algarve, aí acima de tudo associadas ao défice de fiabilidade das UDD 0450 que, perante o enorme atraso das obras de electrificação da linha, continuam a ter de assegurar o serviço regional entre Vila Real de Santo António e Lagos.

Sendo certo que do lado da frota a responsabilidade é impossível não ser partilhada com a IP por tantos atrasos simultâneos nas várias obras de electrificação, que quase inevitavelmente passam pesada fatura no planeamento de frota do operador, já do lado do pessoal parece mais difícil encontrar justificações.

Contrariamente ao último grande episódio de regulares supressões, já acima citado, neste momento a CP encontra-se obrigada a cumprir serviço público por contrato formalizado com o Estado português.