IP financia validação de STM português até Junho de 2026
30/11/2025Foram publicados no portal base.gov dois contratos adjudicados pela Infraestruturas de Portugal para garantir a certificação de um STM português para o sistema ETCS. Um dos contratos, de 14 de milhões de Euros, foi adjudicado à Critical Software e o segundo, de 7,5 milhões, à Hitachi Rail.
O STM é o componente de segurança crítico para a interoperabilidade e sem o qual nenhum comboio novo poderá circular no país. Este componente assegura a compatibilidade dos sistemas de protecção do comboio e sinalização (ATP) já instalados no país (Convel) com o sistema ETCS, que embarca todos os novos comboios e única solução também para comboios já existentes mas sem Convel, como por exemplo comboios de Espanha que se queiram autorizar a circular em Portugal em linhas sem ETCS (a vastíssima maioria).
Depois da apresentação em Julho do primeiro sistema STM desenvolvido para o Convel nacional, precisamente protagonizado por um consórcio que entre outras empresas é liderado pela Critical Software e pela Hitachi Rail, a IP cumpre o importante papel de garantir o financiamento para a finalização do desenvolvimento e à certificação, um papel de primeira linha e importância dado que é pela não compatibilidade nativa do Convel com o ETCS que os operadores terão agora de se preocupar com a instalação embarcada de ETCS+STM, a que ainda falta este essencial componente.
O contrato com a Critical Software obriga a empresa a fornecer um sistema totalmente ensaiado e pronto para certificação até 30 de Junho de 2026, data em que, caso não existam atrasos, se fará história no caminho de ferro português com a potencial eliminação do mais significativo impedimento à melhoria das operações em Portugal (mercadorias e passageiros). O sistema previsto corresponde à baseline 3 do ETCS Nível 2 e equipa já a locomotiva 4716 da Medway, desde Julho deslocada para o Poceirão para ensaios estáticos e dinâmicos deste novo equipamento. O 2º trimestre de 2026 deverá ser assim a fase de finalização de ensaios e da formalização das autorizações junto do IMT e da ERA, que se espera possam não demorar demasiado tempo até pelo acompanhamento das entidades regulatórias a todos os ensaios. Além disto, a Critical deve ainda disponibilizar à IP um sistema ETCS+STM-PT até à mesma data.
No que toca ao contrato com a Hitachi, outro membro do consórcio, a empresa de origem japonesa fica responsável por instalar idêntico sistema numa draisine da IP até 30 de Junho de 2026, seguindo-se depois ensaios e documentação totalmente completa até 31 de Dezembro de 2026, para homologação do sistema.
