Acessos à futura estação de Leiria
A estação de Leiria será, em princípio, uma das duas únicas novas estações a construir com a nova linha de alta velocidade Lisboa – Porto. A outra será a de Santo Ovídio, em Gaia, colocada no coração da cidade.
A de Leiria terá características especiais – começa por ser a estação de uma terra que nunca aderiu verdadeiramente ao comboio, servida que está pela terrível linha do Oeste, um problema nunca resolvido. Talvez a fraca adesão actual tenha justificado que, apesar da linha de alta velocidade ir cruzar a linha do Oeste a Sul e a Norte de Leiria, não seja feito um ramal para a estação actual. Isso e o facto da estação actual também não ser central, o que certamente motiva menos a evitar o que considero um dos erros típicos da alta velocidade.
Leiria terá assim uma estação que, na realidade, vai ficar exactamente a meio caminho entre Leiria e a Marinha Grande, e arrisca ser uma estação “parking lot”, à moda das estações francesas no meio do nada. Sendo fundamental dotar de boas acessibilidades rodoviárias (a estação ficará perto da Auto-estrada) e de bons espaços de parque, proponho à região e aos concelhos directamente impactados uma reflexão – e que olhem para Kassel, na Alemanha.
Em Kassel, os comboios de alta velocidade não vão à estação central e, sendo certo que a alternativa não é uma estação fora da cidade, fica longe do que era a anterior centralidade. Aí, o sucesso da estação por oposição a situações similares em França ficou a dever-se à implantação de um transporte público fiável, eficaz e frequente – um eléctrico rápido que serve a cidade e a estação. Nada de autocarros – a alternativa é mesmo ferroviária.
Ora entre Leiria e Marinha Grande, o potencial de atração de pessoas e negócios é brutal. Leiria estará a 30 minutos de Lisboa em 2030, com a nova linha de alta velocidade, e será uma óbvia tentação para deslocalizar quem trabalha em Lisboa, ou tem de lá ir com frequência, mas não quer aturar uma capital sobrelotada e com preços exorbitantes. É previsível uma explosão demográfica nesta zona, e ela pode ser potenciada com instrumentos de planeamento territorial à altura.
Deixo então a ideia: porque não um sistema de eléctrico / metro ligeiro ligando os principais pontos da Marinha Grande e os maiores eixos de Leiria, com paragem na nova estação pelo meio? A alta velocidade é, nesta zona, a hipótese de pensar um modelo territorial inédito e moderno, capaz de assegurar um futuro totalmente novo a esta região.
Às vezes a forma mais barata de construir o futuro é pensar maior.
Tambem Coimbra precisa pensar Maior e Melhor sobre Coimbra B !
Podem tirar o cavalinho da chuva que a linha de alta velocidade nunca vai chegar a Coimbra quanto mais a Leiria. Mentalizem-se de uma vez por todas. Não vai haver linha de alta velocidade.
em 19-10-2024 continua a achar o mesmo???
Diz isso outra vez
A ligação da linha do oeste ao traim tgv de Leiria teria que ser bem estudada, para que o tgv passasse pelo meio entre Leiria e Marinha grande com bons acessos a outras localidades, como tem a Alemanha ou a França,e mesmo algumas cidades espanholas, isto para que o tgv, seja uma realidade de preferencia na linha 1.4 europeia, ou então com intercambiadores nas linhas, para que Leiria fique a 40 minutos de Lisboa.
AS OBRAS DA FERROVIA DE LEIRIA DEVEM JÁ COMEÇAR EM 2026 NO PLANEAMENTO E ESTUDOS AMBIENTAIS, PARA DEPOIS SE INICIAR A OBRA EM 2027, SE QUEREMOS EVOLUIR, TENDO EM CONTA TODAS AS LIGAÇOES Á LINHA DO OESTE. E PLANEAR AS VELOCIDADES, COM O SISTEMA EUROPEU E DE NOVOS TRAINS, COM NOVAS CONDIÇOES DE ACESSO.